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Defesa civil

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Sou muito entusiasta da tecnologia e também clinicamente ansiosa. Por isso, tendo a ser adepta de qualquer modernidade que venha facilitar minha vida e me trazer algum tipo de paz. Mantenho documentos de que posso precisar na proverbial nuvem, crio lembretes para compromissos importantes em várias ferramentas e mando áudios e mensagens para mim mesma para que não me esqueça de ideias, referências e links – falho miseravelmente com várias inspirações para esta coluna, confesso.

Assim, quando soube que a Defesa Civil tinha um serviço de notificações para tempestades e intempéries de toda sorte, já fui eu cadastrar meu número para entrar para o hall dos avisados. Como curiosa, jornalista e afobada, me soou como um excelente investimento de bytes. Além disso, a gata (de quatro patas, não eu) tem pavor absoluto de raios, trovoadas e da própria chuva batendo nos parapeitos e janelas. Não é segredo algum que dedico boa parte do meu tempo e dos meus recursos a fazer, gratamente, as vontades da peluda majestade. Seria mais um pretexto para descarados paparicos assim que as nuvens cinzentas começassem a fechar o céu.

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Neste novembro em que a chuva tem batido ponto com frequentes horas extras, é verdade que teria feito pouca diferença saber de sua chegada. Não que eu seja supersticiosa, mas vejo pouco sentido em abrir minha quase aposentada sombrinha nas paredes de um arrastado “fique em casa” – se puder, tenho podido.

Mas reparei que ultimamente a Defesa Civil tem tido a pachorra de só me avisar quando o mundo já está vindo abaixo. Leonina que sou, obviamente não gostei do desprestígio. Além disso, tem a desvantagem empírica: não fosse minha mineiridade adquirida me deixando sempre minimamente cabreira, já tinha perdido a gata que se esconde assustada ao primeiro sinal de precipitação; ou desperdiçado várias levas de roupas estendidas no varal. 

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Felizmente, alguns alertas seguem infalíveis, e chegam hoje por todos os canais tecnológicos possíveis – por fibra ótica, papel ou pela eficientíssima rede da fofoca. A mensagem chegou – e chega – a todo mundo, a todo tempo: não é hora de a gente se descuidar. Máscara, álcool gel e distanciamento. Ainda estamos em plena tempestade.

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