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Dos pés à cabeça

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Se tem um acessório que facilmente se torna protagonista do look, é o sapato! A sua função primária é a proteção dos pés, mas ao longo da história ganhou status de acessório de moda, um importante item decorativo que complementa o vestuário. O fascínio que um par de sapatos pode causar numa mulher é notório! Por um belo par de sapatos, há quem seja capaz de sacrificar, inclusive, o próprio conforto!

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E neste período de pandemia, quando conforto é a palavra de ordem na moda, os sapatos já foram temas de várias discussões. Desde os novos hábitos de não usá-los dentro de casa até as apostas de quais modelos irão virar tendência num cenário pós pandemia. Com tanto tempo da predominância dos chinelinhos, pantufas, meias e pés descalços, muitas pessoas começaram a se perguntar se voltariam a usar salto. Cabe aqui um depoimento pessoal: salto alto sempre fez parte do meu “dresscode”.

Transito com facilidade pelos ambientes de trabalho e também nas atividades cotidianas em cima de um bom salto. Já tive que responder inúmeras vezes que, não, eu não estava morrendo de dor ali em cima e, sim, existem saltos confortáveis. Neste período de quarentena, fiquei a maior parte do tempo descalça (gosto muito de um pé no chão, hábito que tenho desde criança) e só usava sapatos para compor looks do dia nas gravações para as redes sociais. Quando saía para ir ao mercado, usava somente tênis.

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Cheguei a ficar em dúvida se retornaria aos saltos, mas, com a retomada dos meus compromissos profissionais, já no primeiro look comecei por um belo scarpin! E foi uma sensação gostosa, de resgatar uma imagem que faz parte da minha essência. Usar salto faz parte da minha assinatura de estilo, algo que conquistei e do qual não quero abrir mão, não agora.

“Você é tão jovem quanto seu sapato”
CostanzaPascolato

Você que me acompanha aqui já me viu falar que nosso estilo está sempre em construção e vamos nos adaptando, com as nossas escolhas, ao nosso tipo de vida, às nossas atividades, aos nossos desejos. E meu desejo agora ainda é usar salto, mas também usar tênis, sapatilha, mule, rasteirinha e qualquer sapato que eu goste para compor meu look. Esta é a regra número um da arte de vestir: escolher usar o que nos faz feliz! A tão criticada “ditadura do salto” não pode ser substituída pela “ditadura do tênis, estilo é escolha! Por que se limitar e não usufruir dos diversos modelos que a moda oferece? Cada momento pede um tipo de sapato, e cada humor, também! Não duvide do poder terapêutico que um belo par de sapatos tem, usufrua.

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Um pouco de história

“A origem dos sapatos é remota, e os primeiros pares surgiram provavelmente da necessidade de se proteger do frio, do solo e das intempéries. Um modelo confeccionado com couro de animal e palha de feno foi encontrado em 1991 junto com a múmia de Otzi – o homem do gelo-, que viveu há mais de 5 mil anos. Estes talvez sejam os sapatos mais antigos de que se tem notícia. Os mais variados tipos de sapatos já foram descritos, e achados arqueológicos demonstram que cada civilização desenvolveu os seus próprios modelos. Além de sua função utilitária, os sapatos também têm ligações com a vaidade, poder e condições econômicas dos indivíduos. Nas cortes francesas, os modelos femininos, confeccionados em tecido, tinham curta duração, e o uso do salto vermelho nos calçados masculinos era reservado ao rei e à aristocracia. Mais tarde, o uso de fivelas de prata diferenciava os nobres dos burgueses. A história da moda mostra uma infinidade de modelos de calçados masculinos e femininos, com variações de bicos, saltos, solados, enfeites e matérias-primas com as quais já foram fabricados.”
Fonte: Dicionário da Moda, Marco Sabino

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Pé ante pé

Em casa: as damas do século XVIII preferiam o mule de cetim, mais fácil de calçar, já que passavam tanto tempo dentro de casa
Efeito Cinderela: em 1790, os sapatos eram tão delicados que podiam estragar com uma só noite de uso
Alerta de tendência: no início do século 19, como as bainhas subiram, as botas brancas de cano curto eram a última moda
Ele & ela: em 1890, ideias do guarda-roupa masculino, como cadarços resistentes, ganharam versão mais feminina
Praticidade: as mulheres desejavam calçados práticos no século 20, com visual mais simples e detalhes modernos
Anos loucos: na década de 20, com a onda da dança, as saias ficaram mais curtas, e os sapatos tinham detalhes vistosos
Arte nos pés: na década de 30, os designers de calçados ficaram mais criativos, inventando peças que eram obras de arte
Tudo verde: nos anos 40, o verde-esmeralda era a cor do momento para roupas, sapatos e até esmalte de unha, tudo combinando
Fininho: o salto stiletto (salto agulha ou salto lápis) foi criado pelos italianos no início dos anos 50 e, na época, era confeccionado em madeira e reforçado por uma liga metálica no interior
Questão de segurança: em 1960, o salto agulha foi proibido em alguns edifícios de escritório porque danificava o piso e os pés femininos
Poder: na década de oitenta, escarpins poderosos viraram o ícone das mulheres que tomaram o mercado de trabalho com saltos que pareciam duros como aço
Tênis pra toda hora: nos anos 90, o tênis tornou-se a síntese do código de vestir que integra o esporte ao lazer e passou a frequentar das aulas na academia às reuniões de trabalho e outras atividades do cotidiano
Lá do alto: na primeira década do século 21, designers fizeram o salto agulha de 12cm parecer normal
Novo normal: conforto é o novo luxo

Ficha técnica:
Ilustração: Danibrito @mercadodasalvacaostudio

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