Velhos atores
Nem assumiu o Governo, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu séquito já provocaram duas crises passíveis de consequências futuras no Governo do PT. Guido Mantega, que vagueia atrás de uma função sem sucesso, aloprou e tentou abater a candidatura de Ilan Goldfajn à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento, sem qualquer autoridade para isso – movido pelo ciúme. Ilan, ex-presidente do BC, não é bolsonarista apesar de avalizado pelo atual Governo. E Lula não pode ver um jatinho que pula dentro. Não foi diferente na viagem que fez para o Egito, onde foi prestigiar a COP27 a convite da ONU. Viajou no Gulfstream 600, o mais caro do mundo, em companhia do dono, o empresário José Seripieri Jr, proprietário da Qualicorp de planos de saúde. Quando veio a repercussão, o vice Alckmin correu para explicar que foi uma carona (ainda tem a volta) e que Seripieri foi convidado para o evento. O que o empresário entende de meio ambiente é um mistério como sua delação para o MPF, na Lava Jato, que lhe rendeu uma facada de R$ 200 milhões de multa na conta. A carona de luxo deixou a Qualicorp, que deve se submeter às regras da ANS, na mira da oposição no Congresso: o deputado Sanderson (PL-RS) protocolou na PGR pedido de investigação sobre suspeita de conflito de interesse.
Volta dos amigos
Nomes que já foram importantes em gestões de Lula e Dilma, que andavam anônimos e esquecidos na praça, aparecem na transição e poderão ter cargos importantes no futuro Governo. Entraram nos grupos temáticos os ex-ministros do Meio Ambiente Carlos Minc (Meio Ambiente), da Educação Cristovam Buarque (Relações Internacionais), da Pesca Altemir Gregolin (mesmo tema), dos Transportes Anderson Adauto (Minas e Energia), da Saúde José Gomes Temporão (mesmo tema), da Educação Henrique Paim (mesmo tema). A ex-deputada federal e jornalista Manuela D’ávila, que virou consultora de campanhas, entrou no GT da Comunicação.
Batalha do Turismo
A entrada de MARCELO FREIXO no GT do Turismo na Transição atiçou a curiosidade dos próximos de Lula da Silva, que desconfiam de que o aliado carioca possa ser nomeado ministro. Freixo tem a companhia de dois expoentes do setor: a ex-ministra Marta Suplicy – cotada também para voltar ao cargo – e o senador Veneziano Vital do Rego, que representa a forte bancada suprapartidária do Nordeste ligada ao tema. Do setor hoteleiro, apareceu a única representante, Chieko Aoki, fundadora da rede Blue Tree.
S.O.S. Guanabara
O deputado Gustavo Schmidt (Avante-RJ), presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da ALERJ, pediu apoio na Capitania dos Portos para vistoria de barcos fundeados na Baía de Guanabara dia 25. Em especial no entorno da Ponte Rio-Niterói. A Baía tem 412 km quadrados, há relatos de centenas de embarcações abandonadas (desde pequenos barcos até navios como o que colidiu à deriva com a ponte) e suspeita de que alguns são usados pelo crime como depósito de armas e drogas.
Boletim médico
Os medicamentos vendidos nos hospitais do Brasil registraram em outubro deste ano queda de 0,61%. Segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais desenvolvido pela Fipe e Bionexo, a variação foi menor que a prévia do IPCA/IBGE de outubro dada pelo IPCA-15 (+0,59%), embora tenha superado o comportamento mensal do IGP-M/FGV (-0,97%).
Só piora
O Monitor do Fogo, do MapBiomas, indica que em outubro deste ano as queimadas no Brasil aumentaram 66%. Neste período, 3,4 milhões de hectares foram queimados (1,3 milhão de hectares a mais do que no mesmo mês de 2021). O Cerrado foi o bioma que mais pegou fogo em outubro: 1,8 milhão de hectares foram atingidos, crescimento de 196% em relação à mesma época do ano passado.